Medita Es Cartesianas Resumo
Meditações Cartesianas
Meditação Primeira
Em um estado de repouso e solidão, com um espírito livre de todos os cuidados e tendo atingido uma idade considerada por ele madura o suficiente para tal, Descartes inicia sua meditação dizendo ter percebido como falsas muitas opiniões que havia recebido como verdadeiras. Essas opiniões fundadas em princípios mal assegurados às quais até então Descartes dera crédito são agora consideradas duvidosas e incertas a ponto de ele empenhar-se em destruí-las e começar tudo novamente, desde os princípios, na tentativa de estabelecer algo de firme e constante nas ciências. Para tal, dedica-se inicialmente a examinar os princípios em que se apoiam suas antigas opiniões e considera o menor motivo de dúvida razão suficiente para rejeitar a todas considerando que se o alicerce que carrega tais opiniões cair, elas também cairão.
Tudo o que Descartes havia recebido até então, veio dos sentidos ou através deles. Porém, por já ter experimentado algumas vezes que os sentidos eram enganosos, Descartes não confia neles. Sendo assim, tudo o que ele havia recebido como seguro e verdadeiro era provavelmente enganoso. Mas ainda havia alguma credibilidade no que era recebido pelos sentidos como o fato de estar sentado, vestido, segurando um papel nas mãos, em um corpo que é seu. Este fato torna-se depois igualmente duvidoso, visto que em estado de loucura alguns homens acreditam piamente ser algo completamente diferente do que são e, embora não se considerasse louco, Descartes era homem e já havia sido enganado em seus sonhos. Como saber que aquele momento não era mais um sonho se, enquanto dormimos, as ilusões do sonho parecem ser realidade? Não havia nada que o provasse seguramente que não estava sonhando. Mas ainda que estivesse, as representações do sonho são, assim como as de um quadro, formadas a semelhança de algo real e verdadeiro. O que o faz concluir que seu corpo não é algo imaginário, mas existente e verdadeiro e que existem