- No inicio do século xx, a Europa vivenciava as transformações trazidas pela revolução industrial e pela crescente expansão do capitalismo. Instaurava-se um novo modelo de vida que criava novas formas de sociabilidade que provocaram profundas mudanças na estrutura social de diversos países. Antigas formas de vida foram transformadas ou substituídas por outras, a política, a economia e a cultura mudavam de cara e, dentro desse contexto, surgia a necessidade de uma ciência que tivesse como objeto a própria sociedade. Nesse período, Durkheim na França, estudava a divisão social do trabalho e as formas de solidariedade social, Marx e Engels falavam sobre o capitalismo e suas crises e Weber na Alemanha teorizava sobre a origem do capitalismo. Filho de um protestante e de uma calvinista de classe média alta, Weber nasceu e teve sua formação intelectual no período em que as primeiras disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na Europa, sobretudo em seu país, a Alemanha, período no qual a sociologia buscava também afirmar-se enquanto ciência. Suas formulações podem ser vistas como produtos de seu contexto, visto que somente ao início do século XIX a Alemanha passava pelo seu processo de industrialização — tardiamente quando comparado à expansão urbana e formação da burguesia industrial na Inglaterra e na França ainda no século XVIII; onde floresceram o Positivismo, e o Evolucionismo, resultando em uma metodologia sociológica voltada aos anseios da sociedade industrial, e à ela adaptada. As soluções encontradas por Weber para os intrincados problemas metodológicos que ocuparam a atenção dos cientistas sociais do começo do século XX permitiram-lhe lançar novas luzes sobre vários problemas sociais e históricos, e fazer contribuições extremamente importantes para as ciências sociais. Na busca de compreender a origem do capitalismo, Weber encontra no protestantismo as possíveis raízes que levaram ao desenvolvimento do