Massa e poder - canetti
BACHARELADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS, 5º PERÍODO
Canetti, Elias, 1905 – Massa e poder / Elias Canetti: Tradução Sérgio Tellaroli. – São Paulo: Companhia das Letras, 1995. P. 13-81.
A Massa é formada por indivíduos sociais, o importante na massa não é sua quantidade, mas sim se os indivíduos estão envolvidos socialmente uns com os outros. Por esse motivo, há grandes e pequenas massas,
A massa no sentido moderno se origina de um sentido antigo chamado “Malta”, que era formada por um grupo pequeno, aproximadamente de 10 homens. A malta não pode crescer, não pode envolver mais do que a quantidade exata de 10 membros. Por sua vez, a turba é um povo em desordem social, em desorganização. Pode-se assim dizer que a turba é o contrário da malta.
A massa se origina da necessidade do social, do fazer social. É a massa que retira do indivíduo o temor do contato. É na massa que o indivíduo deixa de ser indivíduo para se tornar parte da massa. Aos que pertencem a massa, eles são um só, um corpo que pensa. Na junção de todos os indivíduos numa massa, na busca pela unificação num só corpo, idealizam a massa em que todos são iguais, sem a diversidade, nem mesmo sexuais.
No âmbito das massas, elas existem tanto abertas quanto fechadas. Abertas, pois querem sempre mais adeptos e o quanto de pessoas conseguirem inserir no seu grupo. Podem crescer ilimitadamente, pois não existe fronteira para deter seu crescimento. É chamada também de massa natural, ela só se constitui como massa por sua eterna forma de crescimento, aderindo a adeptos. Ela começa a se desintegrar quando esse processo para de existir, o crescimento. A massa fechada, por sua vez, preza pela durabilidade. Ela é fixa, e por isso é determinado um lugar para que ela exista. O acesso a essa massa é limitado, pois o espaço é limitado, existe uma fronteira, e essa fronteira impede um crescimento desproporcional com o ideal da massa fechada, o que dificulta a sua desintegração.