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2585 palavras 11 páginas
.3 O trabalho como essência do homem

O século XVIII foi longe na concepção de trabalho ao caracterizá-lo como valor e fator de produção de riqueza e proporcionar, assim, os elementos estruturantes da nova natureza do trabalho, entendido modernamente como emprego. O século XIX, sobretudo, com Hegel e Marx, avança nesta concepção de trabalho, ao elevá-lo à essência mesma do homem. O século XIX termina com a evidência de que o homem não mais se autocompreende sem a referência ao trabalho. A realização do homem moderno depende grandemente da sua vinculação ao trabalho, uma vez que este passa a ser ao mesmo tempo fator de sobrevivência, de humanização, de integração social, de auto-estima e de utilidade social.

Em Hegel, o conceito de trabalho está relacionado ao de Espírito. Hegel chama de trabalho a atividade espiritual pela qual o Espírito se opõe a um dado exterior para se conhecer a si mesmo, se inventa diversos obstáculos exteriores para se obrigar a descobrir suas potencialidades. O Espírito trabalha, pois, sem cessar até o fim da História. Dessa forma o trabalho é o mediador entre a natureza e o Espírito. Pelo trabalho o homem destrói o natural e se faz sempre mais humano[123].
Na medida em que o trabalho designa a atividade espiritual em si, Hegel enriquece e transforma o conceito de trabalho dos economistas, mas emprega o mesmo termo para o conjunto do processo, isto é, “para a vida do Espírito, que é perpétuo aprofundamento de si e que toma formas cada vez mais espirituais (instituições políticas, obras artísticas, religiões, sistemas filosóficos) e para o trabalho industrial, que é apenas uma das formas que a história da humanidade toma”[124]. Veja-se a polissemia que há entre as duas noções de trabalho.

Gorz dirá que o conceito de trabalho em Hegel designa a essência comum da totalidade das atividades pelas quais o sujeito se inscreve e se objetiva na materialidade do mundo, configura o mundo e, ao fazer isso, também produz a si mesmo. Trabalho

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