Marx no filme "A Noiva Cadáver", de Tim Burton

Logo no início do filme podemos ver que há uma mecanização do trabalho, bem marcada pelo senhor varrendo a rua de acordo com as batidas do relógio e os peixeiros realizando apenas uma parte da "produção". Pode-se ver que os peixeiros estão alienados, não possuem mais acesso aos meios de produção como um todo - sabem apenas realizar uma etapa processo de produção, ele deixa de reconhecer o produto que ele próprio criou e não vê no trabalho outra finalidade a não ser garantir sua sobrevivência. Como possuem apenas sua força de trabalho para "vender", o burguês os explora e enriquece com a produção privada das condições de produção embasada no exército industrial de reserva - se o operário não quiser aquele trabalho naquelas condições oferecidas, tem um monte de desempregados esperando para entrar em seu lugar.
No processo de exploração do proletariado pela burguesia a relação social de produção se divide em uma sociedade de classes, onde o acesso aos produtos e os meios de produção é totalmente desigual. No período em que o filme se passa (Inglaterra vitoriana do século XIX) essa sociedade de classes fica bem evidente através do desejo dos novos ricos - os pais do Victor - de se tornarem parte da nobreza, fazendo um casamento arranjado do filho com uma nobre. Os nobres, que representam a classe para sí (eles possuem noção do seu papel da classe que representam, mesmo que não sejam mais grandes detentoras de riquezas) se sujeitam à essa situação porque estão em decadência, eles ainda dominam a superestrutura mas a infraestrutura quem domina agora são os burgueses, que representam a classe em sí (apesar de detentoras do grande capital, não possuem consciência da classe que representam). Podemos ver ainda no filme uma terceira classe, o clero. O clérigo que aparece na cena em que os noivos treinam para a cerimônia oficial mostra claramente ainda estar do lado da nobreza quando pede o adiamento do casamento, pelo fato de o noivo não estar "pronto".