martin codax
Enquanto as cantigas pares são estruturadas em quatro estrofes e têm como elemento temático chave Vigo, as ímpares possuem seis estrofes e as ondas como seu elemento temático chave. A exceção é a cantiga VII, que constitui uma espécie de finda, tendo em vista que se trata de uma cantiga mais curta que as anteriores e apresenta um caráter conclusivo, de remate final.
No esquema paralelístico, a unidade rítmica é o par de estrofes ou de dísticos, sendo que ambos dizem basicamente o mesmo. Utliza-se da repetição dos dois primeiros versos, com pequenas alterações formais, mas não semânticas, seguidos pelo refrão. Novamente tendo como exceção a cantiga VII, adota-se o leixa-prem, ou seja, articula-se as cobras de maneira que o segundo verso da primeira estrofe seja retomado com o primeiro verso da terceira estrofe.
Além disso, há, nas sete cantigas, uma forte unidade temática, o que torna evidente a existência uma sequência narrativa, que exporemos a seguir, e leva-nos a lê-las como um só poema. Na primeira cantiga, a namorada está questionando, sozinha e preocupada, as ondas do mar de Vigo a respeito do retorno de seu amado, que partira provavelmente em uma expedição militar. Na segunda, o eu-lírico conta à mãe que irá receber o amigo em Vigo, que retorna, além de são e salvo, estimado pelo rei. Dá-se continuidade a isso na terceira cantiga, quando a namorada convida sua irmã para acompanhá-la até Vigo; na cantiga seguinte, entretanto, fica evidente que a irmã recusou o convite, pois a namorada vai desacompanhada ao porto de Vigo.
Na quinta cantiga, ela tenta mudar isso, convidando todas as amigas “que sabem amar amigo” a irem com ela banhar-se nas ondas de Vigo enquanto esperam pelo namorado.
Após o banho no mar de Vigo, na sexta cantiga, o