Marcação (Linguística)

339 palavras 2 páginas
O princípio de marcação, herdado da lingüística estrutural desenvolvida pela Escola de Praga, estabelece três critérios principais para a distinção entre categorias marcadas e categorias não-marcadas, em um contraste gramatical binário:
a) complexidade estrutural: a estrutura marcada tende a ser mais complexa (ou maior) que a estrutura não-marcada correspondente;
b) distribuição de freqüência: a estrutura marcada tende a ser menos freqüente do que a estrutura não-marcada correspondente;
c) complexidade cognitiva: a estrutura marcada tende a ser cognitivamente mais complexa do que a estrutura não-marcada correspondente. Incluem-se, aqui, fatores como esforço mental, demanda de atenção e tempo de processamento.
Há uma tendência geral, nas línguas, para que esses três critérios de marcação coincidam. Admite-se que a correlação entre marcação estrutural, marcação cognitiva e baixa freqüência de ocorrência é o reflexo mais geral da iconicidade na gramática, dado que representa o isomorfismo entre correlatos substantivos (de natureza comunicativa e cognitiva) e correlatos formais da marcação. Assim, as categorias que são estruturalmente mais marcadas tendem também a ser substantivamente mais marcadas.
Givón (1995) admite que uma mesma estrutura possa ser marcada num contexto e não-marcada em outro, e acrescenta que, desse modo, a marcação é um fenômeno dependente do contexto, devendo, portanto, ser explicada com base em fatores comunicativos, socioculturais, cognitivos ou biológicos. Cita, como exemplo, que a tendência para a colocação do agente como sujeito e tópico da oração transitiva, que representa o caso não-marcado, provavelmente reflete uma norma cultural de se falar egocentricamente mais acerca de seres humanos volitivos do que sobre objetos inanimados.
Outra observação importante feita por Givón é que a marcação não se restringe apenas às categorias lingüísticas, mas pode estender-se a outros fenômenos, tais como a distinção entre o discurso formal e a

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