Maquiavel

I – INTRODUÇÃO

Contexto Histórico

Maquiavel (1469 – 1527) é filho do Renascimento (fins do século XV e meados do século XVI), período que abrange o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. O Renascimento pode ser denominado como período de crise, fase de transição marcada pela ruptura com as antigas concepções do Feudalismo, onde o clero representava o poder espiritual, mas, ao mesmo tempo, a Igreja se tornava cada vez mais influente na vida política, havia explícita interferência papal nas decisões dos reis. Além disso, a religião contribuía fortemente para a unificação da Europa cristã, estabelecendo os princípios morais, políticos, jurídicos e educacionais da sociedade medieval.
A partir do século XIV, inicia-se a crise do Feudalismo, deixando de lado a economia essencialmente agrária (riqueza = posse de terras). Surge então, uma nova economia (Desenvolvimento do Capitalismo) e a burguesia nasce como nova classe em ascensão. Da necessidade deste novo contexto econômico e social surgem os avanços técnicos, as descobertas científicas, as grandes navegações e a exploração das artes.
No final da Baixa Idade Média (século XV) começa o ciclo das Grandes Navegações, com Portugal e Espanha iniciando o áureo período das navegações ultramarinas, que trouxeram grande desenvolvimento e ampliação do comércio. Do comércio internacional e da troca constante de moedas estrangeiras, surgiram os primeiros cambistas e, com isso, começava a nascer o sistema bancário. Na maioria das nações medievais deste período, o poder do rei era até certo ponto nominal e simbólico, já que os senhores feudais possuíam exército próprio, o que lhes dava autonomia e poder, cunhavam as próprias moedas, estabeleciam tributos, cobravam pedágio, administravam a justiça. Havia a fragmentação do poder (Policentrismo), que era um entrave ao comércio florescente. Por isso, o surgimento do Estado Moderno não pode ser dissociado das transformações econômicas resultantes das atividades