Maquiavel
O autor divide o seu livro em quatro partes principais. Em cada uma das partes, aborda momentos históricos distintos, procurando detectar as formas próprias de punição e vigilância em cada uma das épocas. É evidente que o binômio ‘vigiar e punir’ foi diferentemente trabalhado em um destes momentos.
No presente trabalho estará sendo resumido o capitulo 1° da parte I do livro em questão. Essa parte está dividida em dois capítulos. Na primeira parte, o autor trata do ‘suplício’. Aqui sua intenção é mostrar como desde a Antiguidade, passando pela Idade Média e parte da Modernidade, o castigo do corpo do transgressor era a forma evidente e pública da punição.
No primeiro capítulo, intitulado “O corpo dos condenados” que se encontra da p. 9 á 29, Foucault busca mostrar como o direito e a prática de punir descarrega no corpo dos condenados a sua fúria e vingança social. Porém, não se trata somente do corpo, mas também da alma da pessoa condenada. A ‘alma’ é a interioridade da pessoa, é o centro nevrálgico que precisa ser atingido para que o sistema punitivo e de vigilância tenha plena eficácia. “Esta alma real e incorpórea não é absolutamente substância; é o elemento onde se articulam os efeitos de certo tipo de poder e a referência de um saber, engrenagem pela qual as relações de um poder dão lugar a um saber possível, e o saber reconduz e reforça os efeitos do poder” (p. 28).
Não se tem conhecimento ao certo a procedência da prisão, acredita-se que a falta de liberdade acumulada de uma quantidade de aflição acompanha a espécie humana desde a sua organização fundamental enquanto grupo social. Porém é no transcorrer do tempo medieval que inúmeras barbaridades são cometidas, talvez seja este o período com o maior número de fato de punições severas, que para os padrões atuais são consideradas "selvagens". Corpos mutilados, torturas inimagináveis, dor e