manifesto comunista

PUCRS – Faculdade de Serviço Social
Configuração da Sociedade Capitalista
Prof. Maria Palma Wolff

2014/02

Desenvolvimento das forças produtivas
Apontamentos para discussão em aula / Elaboração prof. Maria Palma Wolff

Em uma etapa primitiva da sociedade a propriedade privada praticamente não existia; limitada à caça e a coleta, a organização espontânea assumia traços de um comunismo primário onde alimentos eram compartilhados. A criação de animais e a introdução da agricultura deram lugar à propriedade privada e, com isso, à diferenciação de classes. (Gaeta:
2007, 114). O aumento geral da produtividade do trabalho bem como o aparecimento de novas forças de trabalho elevou a produção material até o ponto que foi possível dispor de uma quantidade de produtos excedentes, que podiam ser estocados por não serem necessários para suprir as necessidades imediatas. Criaram-se com isto as condições para que surgisse a desigualdade de bens, com o que se tornou possível a apropriação privada de produtos produzidos pelo trabalho alheio, e conseqüentemente, o antagonismo entre pobres e ricos.
Com a decomposição do regime comunal, foi-se acentuando a divisão em homens livres e escravos. O trabalho físico tornou-se uma atividade indigna para os homens livres. Os escravos não eram considerados pessoas e seus donos podiam dispor de suas vidas como bem entendessem. A propriedade privada é uma relação social que faz com que o trabalho de um indivíduo possa ser apropriado por outro como sendo sua propriedade; uma relação de exploração do homem pelo homem que se funda no poder econômico. Antes de sermos pessoas, somos uma coisa, uma quantidade de ouro ou de dinheiro. Também a relação entre os homens e as mulheres se alterou radicalmente com a propriedade privada. Surge, por estas mediações, uma nova forma de relação entre homens e mulheres que, tal como toda a sociedade, é também expressão do poder da propriedade privada: o patriarcalismo, substituindo a