Manias - Cesário Verde

Manias
Este poema tem temas como o amor e a mulher, podendo ser dividido em 3 partes lógicas:
Primeiramente, o sujeito poético faz uma pequena introdução geral sobre a vida e o mundo e a sociedade lisboeta (burgueses) entre as pessoas que se preocupam excessivamente e levam a vida para a desgraça e para a tragédia, (“o mundo é uma velha cena ensanguentada”), e as pessoas que se guiam ridiculamente pela comédia e pela despreocupação, (“A vida é chula farsa assobiada”).
Seguidamente sujeito poético relata, então a historia de um rapaz que ele conheceu que faleceu (“hoje uma ossada”), a qual serve de suporte para a sua visão jocosamente negra do mundo, mas que em tempos vivia um romance com uma mulher pretensiosa que era ao mesmo tempo muito influente na vida dele, pois este era muito obediente para com ela (“…o dengue, em atitude receosa…”).
Nos tercetos desenrola-se a cena onde aos domingos o rapaz e esta mulher vão á missa e ela lhe oferece o braço – esquálido, chagado, rugoso – de maneira preguiçosa, pedantesca, esnobe; ele, com as mãos tremendo de nervoso por estar com a amada, leva-lhe “ o livro com que amante ia ouvir missa” (provavelmente uma Bíblia) feito o seu cãozinho. O sujeito poético critica, de modo trocista, a submissão daquele rapaz perante aquela mulher, evidenciando a devoção a Deus por parte da mulher (“…que a amante ia ouvir missa!”) e a devoção àquela mulher por parte do rapaz (“…sujeição canina mais submissa…”).
Os temas representados são:
Humilhação sentimental onde o símbolo é o rapaz que é totalmente dominado pela mulher que ama, apesar de esta ter mau aspecto (“esquálida e chagada”) e ser mais velha que este (“…já rugosa…”), o que acentua ainda mais o vexame deste rapaz.
A imagem da mulher que, neste caso, é uma mulher fria, perversa, altiva, poderosa, que só deve explicações a Deus (“O livro com que a amante ia ouvir missa!”), vaidosa, afectada e egocêntrica (“…cheia de jactância quixotesca.”), talvez de meia-idade (“…a deia já