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A revolta do Malês e o Islã na Bahia
Fruto de erudição ou do fundamentalismo?

Apresentação
Período Regencial compreende o período de 1831 a 1840, em que D. Pedro II, após a partida de D. Pedro I para Portugal, não podia assumir o trono brasileiro pela lei vigente, devido a sua idade. Esse período, quando o país foi governado por regentes, ficou marcado por várias revoltas, dentre estas, destacaremos a Revolta do Malês.
Introdução
Em 1835, Salvador era considerada a metrópole da região açucareira. Apesar de ter perdido a condição de capital do Império, ainda possuía importância muito grande. Conforme Reis (2003), Salvador possuía nessa época cerca de 65.000 habitantes. Cerca de 40% eram escravos. Havia também um contingente muito grande de ex-escravos e seus descendentes, que eram os negros nascidos no Brasil chamados de crioulos, além dos mestiços de brancos e negros, denominados pardos, mulatos e cabras. Quando se juntava todos os negros e mestiços, estes representavam 78% da população. Apenas 22% eram brancos.
Ainda conforme Reis (2003), cerca de 63% do total de escravos eram nascidos na África, chegando a 80% no Recôncavo Baiano, região dos grandes engenhos açucareiros.
A cidade de Salvador possuía uma economia fortemente atrelada à produção de cana-de-açúcar e plantações de fumo, produtos de exportação. O fumo era largamente exportado para a África e usado como moeda na compra de escravos. Todas as atividades econômicas eram desempenhadas por escravos, que além dessas, desenvolviam uma infinidade de atividades que iam desde serviços domésticos de todas as espécies até atividades comerciais.
Havia também um grande contingente de libertos que desempenhavam tarefas semelhantes aos escravos e por vezes moravam nas mesmas casas, outros moravam em casas alugadas, reportando-se ao senhor ou patrão apenas para a prestação de contas, caso dos escravos de ganho. Por gozarem de relativa liberdade era possível uma circulação