machado de assis

Transições machadianas

“Entre ontem e hoje, entre Machadinho e Machadão, cabem todas as fantasias do devir que está sendo e ainda não é.”

É comum dividirmos a obra de Machado em duas fases, e explicarmos a primeira em função da segunda. Esta grande divisão que se dá após memórias e é de grande visibilidade, de fato reconhecida por todos, e entre machado pré e machado pós Brás Cubas, Iaiá Garcia não se encaixa na primeira fase de machado propriamente dita sendo considerada uma obra de transição. Talvez haja em Machado algo além de duas fases, ou duas divisões. Machado não regride e depois avança, mas sim faz um caminho peculiar indo e vindo em diferentes formas, como lembra Augusto Meyer: “na história literária, não faltam exemplos de conversão psicológica, traduzida em mudanças imprevistas do estilo, das motivações da fantasia criadora, do próprio conteúdo humano da obra de mesmo autor... Difícil toda via, no caso de Machado de Assis, traças uma linha de continuidade evolutiva.” Machado diferentemente de outros romancistas se destaca na evolução dos problemas psicológicos e aprofundamento da sensibilidade dos dramas internos, evidenciando o caráter humano e ambíguo de cada personagem separadamente, criando assim personagens forte que independentemente de que à que fase pertençam se inscrevem na nossa memória literária. Apesar da aparência Iaiá garcia não pode ser visto apenas como eu romance tradicional e pré-memórias, além disso, podemos considerar a obra como um passo às memórias: “ Se iaia ainda não é um grande romance, se lhe falta sobretudo coesão, já é de qualidade muito superior aos outros, porque nele Machado se libertara do romantismo”, ou seja, apesar de ser um romance mais comedido não se compara aos romances anteriores lançando uma preliminar à memórias, fazendo com que não se encaixe nas duas grandes divisões das obras machadianas.

Porém apesar das grandes diferenças que há entre iaia garcia e as demais obras vale salientar