Lvrro II - Aristóteles

1978 palavras 8 páginas
LIVRO II I. CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS DIVERSAS.
1. Se a especulação da verdade é fácil ou difícil.
A consideração ou especulação da verdade é, de uma certa maneira, fácil, e de outra maneira, difícil.
Que a consideração da verdade seja fácil, é manifesto por este sinal, segundo o qual, posto que nenhum homem pode alcançar o perfeito conhecimento da verdade, todavia nenhum homem é tão carente do mesmo, de tal maneira que nada da verdade conheça. [Quanto à dificuldade, esta merece uma consideração à parte].
2. Manifesta-se a dificuldade da especulação da verdade. Há duas maneiras para se proceder ao conhecimento da verdade. Uma, por via de resolução, segundo a qual partimos dos compostos e nos dirigimos ao simples, isto é, a partir do todo em direção à parte. O fundamento disto consiste em que, conforme explicado na
Física, as coisas compostas nos são conhecidas por primeiro. Através deste caminho se alcança o conhecimento da verdade quando se chega ao conhecimento distinto das partes singulares.
A segunda via é a via da composição, pela qual partimos dos simples e nos dirigimos aos compostos, pela qual se alcança o conhecimento da verdade quando se chega ao todo.
A dificuldade [da especulação da verdade reside em que] o homem não pode conhecer perfeitamente nas coisas nem o todo, nem a parte. Ora, isto torna difícil a consideração da verdade tato pela primeira, como pela segunda via.
3. A causa da dificuldade da especulação da verdade. Possíveis causas.
Em todas as coisas que consistem num certo hábito de um em relação a outro, pode haver impedimento tanto proveniente de um como proveniente do outro. Por exemplo, se a madeira não queima, isto pode acontecer ou porque o fogo é débil, ou porque a madeira não é bom combustível. Da mesma forma, o olho pode ser impedido de enxergar algo visível, ou porque [o próprio olho] é débil, ou porque o visível está tenebroso. Assim, portanto, pode acontecer que a verdade seja difícil de ser conhecida, ou por

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