Luso-tropicalismo

4795 palavras 20 páginas
Luso-tropicalismo, uma doutrina mascarada?

“O Messias desiludiu-nos.” Baltasar Lopes

A teorização daquilo que se viria a consolidar como a doutrina de Gilberto Freyre – o luso-tropicalismo – encontra a sua génese em 1933, aquando da publicação da sua obra Casa Grande & Senzala. Numa tentativa desenfreada de justapor a história social e cultural brasileira (de onde é oriundo), “(...)dedica[-se] ao estudo das sociedades coloniais e esclavagistas [brasileiras] e das suas “heranças”, e ao estudo da mestiçagem e do multiculturalismo.”(CASTELO 19). O sociólogo brasileiro roda assim os dados que lançam os fundamentos de uma ideologia que tem como foco central, a exaltação do colono português. Impregnado de apetências únicas e congénitas, este actor principal – o português colonizador - conquistou, em terras de Vera Cruz, feitos dificilmente superáveis, tais como, a capacidade de edificar o Brasil, numa “sociedade marcada pela tolerância social e religiosa, a democracia social brasileira, em que todos os antagonismos de base teriam sido finalmente superados pela mobilidade social vertical, pela miscigenação social e rácica – melhor, pela ausência de racismo do português – pela geografia sem obstáculos e ainda pelo “cristianismo lírico”. (MEDINA, 51). É à capacidade do povo português compilar todos estes valores aqui transcritos, que Freyre vai designar, mais tarde, de luso-tropicalismo. Note-se então, que o autor vai enfatizar, nesta mesma linha teórica, a importância daquilo que foi o contributo das várias culturas – índios e negros - que forjaram a sociedade brasileira. É a essa miscigenação ou “encontro de culturas”, consequente do cruzamento do senhor com a escrava, que Freyre faz enorme elogio, indo contra a corrente e contra o estigma racial que imperava na sociedade colonial brasileira. Este processo de

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