Londres e París: expetáculo da pobreza

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A multidão é um dos “acontecimentos” mais interessantes do século XIX nessas duas capitais do velho mundo, a organização e o poder sutilmente destilado da mão do estado são a chave para o entendimento dessa multidão que sob a luz do dia é composta por diversas pessoas indo ao trabalho, seja em passo lento, seja em passo mais apressado e muitas outras desempregadas, marginalizadas e que constituem a chamada pobreza. Na noite, se concentram os criminosos, as prostitutas e os boêmios, como disse Janin: “ A Paris da noite é assustadora; é o momento em que a nação noturna se põe em marcha”; ladrões e prostitutas vivem em becos e atrás de museus e palácios, tudo com o consentimento, ou pelo menos a complacência do poder. Com relação a multidão londrina, Alan Poe observa com muita propriedade as características marcantes de cada grupo de pessoas; muitos parecem pessoas certamente atarefadas e que parecem simplesmente com a intenção de abrir caminho por entre as outras; outros, classe que era mais numerosa, se mostravam inquietos com seus próprios movimentos. Poe observa ainda a “tribo” dos escreventes, que se diferem além do modo de andar, também pelas roupas, onde a classe de nível mais baixo fazia uso dos “restos” da classe mais alta em relação ao vestuário. A classe dos batedores de carteira também não pode ser esquecida, que segundo palavras de Alan Poe, ”cuja enormidade do punho de suas camisas deveria trai-los imediatamente”; logo depois em menor numero temos os jogadores, que usam todo o tipo de vestimenta, e eram reconhecidos pela expressão labial, pela pele amorenada e pela angulação dos dedos. Mendigos, prostitutas vendedores e operários começavam a aumentar à medida que a noite caía, cada vez mais com tipos de classes mais baixas ocupando o lugar das feições mais nobres que transitavam pela rua. Na proporção em que se desce de nível social, se vai percebendo o tratamento e a noção de marginalização imposta pelos governos às

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