lombalgiia

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algia para as mulheres trabalhadoras da indústria têxtil de Blumenau apresenta-se como uma espécie de conflito entre algo normal, sem importância e a dor sentida, limitante, que traz sofrimentos e angústias.

Primeiramente, exige o desenvolvimento do papel de mulher, que auxilia ou mantém sozinha o sustento da casa. Ela desempenha uma atuação produtiva dentro de um sistema que passou por um processo de reestruturação e que atualmente apresenta um modelo marcado pela precarização do trabalho, mas que exige pessoas fortes, que não se deixem abater por qualquer coisa, como uma simples dor nas costas. Uma mulher feminina, que precisa desempenhar seu papel de mãe, esposa, filha, que cuida da casa, não se queixa, não é "mole".

Mulheres que atendem ao esperado papel social construído pela constituição dos padrões de família, que como reprodutoras e cuidadoras, esquecem de si mesmas e, mais recentemente, constituíram-se boas trabalhadoras/profissionais sem abrir mão das funções anteriores, objetivando sempre compatibilizá-las, como se só a elas coubesse a superação das dificuldades e contradições inerentes ao desempenho dessa multiplicidade de papéis, como bem descreve Badinter (1994, citada por Fonseca, 1999).

A mulher que os outros veem e não conseguem enxergar desempenhando o papel de doente. Afinal, nada nela aparece que confirme tal rótulo, nem mesmo os profissionais da saúde ou a comunidade legitimam o seu sofrimento, então, por que ela mesma ou os mais íntimos assim a classificariam?

O conflito parece intensificar-se quando esta dor que a princípio apresenta-se como normal, passa a influenciar fortemente a vida dessas mulheres. Proporciona alterações físicas, sociais e psíquicas. Quando isso acontece essa mulher produtiva tenta de alguma forma assumir o papel de doente, esforçando-se para demonstrar seu sofrimento, expondo suas queixas, limitações e angústias frente à dor. No entanto, o sistema formado por família, serviços de saúde, trabalho e sociedade

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