LIVRO PSICOLOGIA JURÍDICA

‘‘Às vezes, usamos nossa mente não para descobrir fatos, mas para encobri-los... Ainda que nem sempre de maneira intencional’’ - António Damásio (2000, p.49), chefe do departamento de neurologia da Universidade do Iowa.
A psicologia trabalha com a realidade psíquica, elaborada pelo individuo a partir dos conteúdos armazenados na mente, o cérebro é o palco das funções mentais superiores, ou seja, constituem uma espécie de programação por meio da qual os indivíduos desenvolvem imagens mentais de si mesmos e do mundo que os rodeia, interpretam os estímulos que recebem, elaboram a realidade psíquica e emitem comportamentos.
A sensação, por exemplo, é como a operação por meio da qual as informações relativas a fenômenos do mundo exterior ou ao estado do organismo chegam ao cérebro, a emoção afeta a sensação, durante um conflito, os participantes tornam-se mais sensíveis a estímulos como luz, calor, ruído, movimentos dos opositores etc.
A emoção ativa a atenção para inúmeros detalhes que desencadeiam os mais variados sentimentos, do amor, do ódio, da repulsa à adoração. Nesse processo, a emoção intervém de maneira determinante e contribui decisivamente para que aconteçam composições, lacunas, distorções, ampliações, reduções dos conteúdos e, sem duvida, afeta o próprio reconhecimento. Algumas pessoas somente se recordam vivenciando o local dos acontecimentos; outras têm a memória estimulada pela fala; para outras, o estimulo provém da audição, e assim por diante, e por vezes o estado emocional impede que estes estímulos (visuais, auditivos, táteis, gustativos e olfativos) recebem adequada interpretação. Por exemplo, uma pessoa que viu uma sobra no quintal, e acreditou que ali se encontrava alguém – engano que pode ser crucial em um depoimento.
Quanto às alucinações, é um fenômeno da percepção, o individuo ‘‘vê’’ algo que não existe, e as visões de inferno ou paraíso tornam-se reais em suas mentes. Associações e analogias constituem excelente forma de melhorar a