Livro estorvo

731 palavras 3 páginas
ESTORVO

A narrativa em primeira pessoa ocorre no presente e em ritmo acelerado. O protagonista, sem nome próprio, traça uma trajetória obsessiva em que suas ações mantêm-se entre o sonho e a vigília, entre o olho real e o olho mágico, não podendo ser distinguidas por receberem um mesmo tratamento literário e um mesmo grau de evidência. O autor reproduz uma dimensão urbana, aonde o protagonista conduz uma existência marginalizada de uma condição social sem ermo e sem destino. Homem errante, o protagonista pode ser visto como um moço de família desgarrado vivendo como um vagabundo a caminho da marginalidade. É o estorvo da mãe, da irmã, do cunhado, do seu amigo, da ex-mulher, da ex-casa, um prisioneiro da ex-vida, uma sobra. O romance começa com o protagonista surpreendido pelo toque da campainha na iminência do sono, caminhando em direção à porta do seu quarto-e-sala para observar do olho mágico o sujeito do ato que o incomoda. O rosto oposto ao seu não é reconhecido e a permanência deste destorcido e fixo no olho mágico desperta no protagonista uma necessidade constante de fuga, que é a causa de seu deslocar ao longo do livro. A fuga não o leva a lugar algum, é um caminho de idas e voltas aos mesmos lugares. Um lugar importante na narrativa é a casa da irmã, mansão de vidro cercada pela natureza, com cômodos de vidros e espelhos que em vários episódios mostram as pessoas de todos os ângulos de forma distorcida, evidenciando o limiar entre a realidade e a imaginação. Nas visitas à casa, o protagonista convive com personagens da alta classe social como “os cavalheiros com cara de iate clube” e mulheres superproduzidas frequentadores de saunas, jogos de tênis. Outro lugar significativo é o velho sítio da família. Com espaço da infância, da gente simples e da natureza, é um refúgio, um remédio para os desajustamentos do protagonista. Ao chegar lá, entretanto, este encontra um povo, crianças inclusive, organizado e

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