literatus
Nesse romance de Bernardo Guimarães está amplamente presente o tema da religião, elemento corrente no Romantismo, já que tinha sido desprezada pelo racionalismo iluminista. A tendência predominante em O seminarista é a religião canônica. Ou seja, a religião dogmática, como crença e devoção, já que a Eugênio não faltava inclinação religiosa, amor pelas coisas da Igreja, e indício para o serviço do altar. Além disso, ele é mandado para o seminário pelos pais, onde tem mais contato com as leis e os dogmas da Igreja.
No romance, predominam algumas características românticas. Um exemplo é o subjetivismo. Em O seminarista há uma ênfase no sujeito, nos sentimentos de Eugênio, como podemos notar no seguinte trecho: Desde que Eugênio viu interpor-se entre ele e Margarida um anátema tremendo, que como abismo os separava, perturbou-se para sempre a severidade da sua alma, e esse afeto que votava à companheira de sua infância, posto que a princípio abafado temporariamente pelo manto de gelo de um factício e austero ascetismo, e agora de fresco rudemente contrariado por sua mãe, ia fatalmente transformar-se na mais ardente, profunda e impetuosa paixão.
Outra característica predominante é o ilogismo, percebida no protagonista. Eugênio sofre diversas oscilações de humor, passando da alegria para a tristeza e vice-versa ao decorrer da narrativa. Essas oscilações são notáveis com a mudança de espaço: quando ele está no seminário, ele fica mofino e adoentado . Já quando