Literatura

Em certa visão tradicional da historiografia literária, esta se vê subordinada à historiografia política; logo, a noção de periodização acaba por não considerar devidamente as peculiaridades da natureza do fenômeno literário. Observando-se, por exemplo, as concepções de Sílvio Romero (integrante da Escola do Recife), constata-se que a historiografia literária no Brasil passa a ser encarada em bases científicas, ou seja, é nítida a preocupação com conceitos e metodologias, mas numa perspectiva que corrobora a concepção historicista e sociológica da literatura. A obra literária acaba sendo reduzida à condição de mero documento ou testemunho do fato político-social. Em oposição a essa visão, surge uma concepção mais moderna: periodização estilística, que é conseqüência de uma compreensão da literatura como fenômeno autônomo, apesar de suas estreitas relações com as várias esferas da vida humana. Desse modo, leva-se em conta a natureza estética do objeto literário, observando-se o processo “evolutivo” como o resultado de diálogos e integrações entre estilos e realizações artísticos (inclusive, abre-se espaço para pensar a dimensão (trans)temporal da arte). Segundo Afrânio Coutinho (2008: 31): Os períodos são antes manchas estilísticas, sistemas de normas que não têm limites precisos, mas ao contrário se imbricam, interpenetram, superpõem. Segundo tal critério é fácil compreender fatos como os retardados, os precursores, os isolados, habitualmente inclassificáveis conforme a periodologia cronológica tradicional.
A partir dessas considerações, cada grupo refletirá sobre a questão que lhe for designada (entre as que se seguem) para o tema do seminário que apresentará oralmente e, depois, será entregue elaborado como resposta escrita:

1) Do ponto de vista estilístico, formal e temático, que mudanças o romance naturalista promove, em relação ao romance romântico, no Brasil? Procurem apoiar as suas ideias traçando paralelos entre os textos literários de