Literatura
A explicação sobre o tema é mais complexa do que possa parecer, tem raízes profundamente históricas, sociológicas, antropológicas e filosóficas das mais variadas. Varia de acordo com o contexto histórico e socioeconômico e até mesmo do campo da ciência em que se estuda.
Auguste Comte, fundador do Positivismo, emprega o termo ideologia atribuindo-lhe dois significados: como atividade filosófico-científica, que estuda a formação das ideias e, como um conjunto de ideias de uma época, que formam a opinião geral e a teoria de pensadores dessa mesma época.
O positivismo de Comte elabora uma explicação onde o progresso ou transformação do espírito humano passa por três fases, a saber: a fase fetichista ou teológica, onde os homens explicam a realidade através de Deus; a fase metafísica, onde explicam a realidade através de princípios gerais e a fase positiva, que explica de fato a realidade e elabora ciências para a ação individual e coletiva da sociedade. Ora, se, o positivismo é a ciência do conhecimento, e prevê um conjunto de regras e normas de controle da realidade, então o poder está nas mãos de quem detém esse conhecimento, e que uma sociedade ordenada e progressiva, deve ser dirigida pelos que possuem esse espírito científico.
Para Durkeim, que pretende transformar a sociologia em ciência, como conhecimento racional e objetivo, o fato social deve ser tratado como “coisa”, e como coisa, deve separar o sujeito do objeto, o que garante a objetividade e neutralidade do cientista. Assim, passará a chamar de ideologia, todo o conhecimento que não respeite esses critérios.
Para Marx e Engels, o surgimento da ideologia, se dá no instante em que a divisão social do trabalho, separa o trabalho manual do intelectual. Marx afirma que a ideologia burguesa transforma em “coisa" a chamada classe social, estudando-a como um fato e não como resultado da ação humana, e que transforma um homem até que ele acredite que é desigual por natureza,