Literatura

Jéssica Medina A Colheita Maldita

A noite ia alta; a orgia findara. Os convivas dormiam repletos, nas trevas. Uma luz raiou súbito pelas fisgas da porta. A porta abriu-se. Entrou uma mulher vestida de negro. Era pálida; e a luz de uma lanterna que trazia erguida na mão, se derramava macilenta nas faces dela e dava-lhe um brilho singular aos olhos. Talvez um dia fosse uma beleza típica, uma dessas imagens que fazem descorar de volúpia nos sonhos de mancebo, e a agora com sua vez lívida, seus olhos acesos, seus lábios roxos, suas mãos de mármore, e a roupagem escura e gotejante da chuva, disséreis antes – o anjo perdido da loucura. A mulher curvou-se: com a lanterna na mão procurava por uma entre as faces dormidas um rosto conhecido. Quando a luz bateu em um dos mancebos que adormecia embebedado, notou que tinha a semelhança de um de seus irmãos, que morava na casa junto com sua avó. Ao ter a certeza de que o mancebo era seu irmão, a mulher ficou desesperada, pois o irmão da qual ela vê, é o mesmo que há sete anos forjara a morte. Logo fugiu dali. A mulher da qual negro vestia, não passava de uma forasteira, e adultera que planejou e forjou a morte do irmão, e por consequência teve sua alma condena ao fogo do inferno, logo não teve mais escolhas se não praticar rituais satânicos e macabros. Já no terrero, com sua roupa preta e recoberta com um capuz, estava ela perto da mata, onde fazia os rituais, pedindo para que o seu irmão ficasse longe dela, quando sem notar recebe uma visita. Era seu irmão, estava possesso por um espírito maligno, e muito violento, mas que não a machucara em momento algum. O espírito que estava dentro de seu irmão estava sem controle, por um momento parecia que estava se alto