literatura gótica

O FILME A NOIVA CADÁVER
O paralelo existente entre os dois mundos é vertiginoso e provocante. No submundo não há dor, medo, angústia, aflição, pois, os corpos foram libertos do corpo e, portanto, não há com que sofrer e, já um pouco mais acima, no Mundo dos Vivos, a hipocrisia, a ganância, a morte, a mentira, a religiosidade sem graça e sem a Graça na figura do pastor Galswells (Christopher Lee), a intolerância e, por último, a soberba são ingrediente deste mundo. E aqui pra nós: péssimo lugarzinho esse para viver, não??!!Tim Burton, o diretor, parece querer mostrar, aqui, como é paradoxal essa ideia. Esse longa-metragem de animação, também, traz a tona a desmitificação da morte como algo terrível e demoníaco. A morte passa a ser vista como algo natural e necessária e que, portanto, não devemos temê-la. Ter medo da morte é temer sua própria vida, ou seja, é ter medo de existir, de ser. Pois, vivemos para morte, ou melhor, para morrer. Daí a ideia de que façamos o melhor enquanto estivemos presente nesta Terra. Outro detalhe importante neste longa é como o Amor se manifesta nos diferente planos, a saber: físico (Victoria) e metafísico (Emily). Mesmo sendo planos diferentes o Amor é uma Ideia sempre presente. Por conseguinte, A Noiva Cadáver, é um excelente filme para pensar a respeito da vida, da morte e pra jogar um mói de pensamento tronxo no lixo. Atenção, também, na música ao piano executada por Victor: é simplesmente bela. Relaxamento, nostalgia e bucolismo agregam a sua música.

É bom ver que em plena era da digitalização ainda sobrevivem artistas que se dedicam a empreitadas tão manuais e meticulosas quanto a do stop-motion. A película é gerada através de fotografias quadro a quadro de bonecos de “massinha” remoldados a todo instante para que se capturem as ações e emoções das personagens, e a precisão do roteiro pode ser atribuída em parte a essa árdua fatura do stop-motion.
A aura gótica se mistura com passagens de jazz, a morte convive com a vida e