Lima Barreto

Afonso Henriques de Lima era mulato. Filho de gente humilde nasceu na cidade do Rio de Janeiro, a 13 de maio de 1881, em uma modesta casa da Rua Ipiranga, n.º 18, que não existe mais.Era filho legítimo de João Henriques de Lima Barreto e de D. Amália Augusta Barreto.
João Enriques descendia de antiga escrava e de um português. Trabalhava como tipógrafo no Jornal do Comércio. Homem simples, mas honesto, era liberal por índole e convicção. Foi nomeado operário de primeira classe, passando mais tarde a chefe de turma, na Tipografia Nacional graças a Afonso Celso, um dos dirigentes do jornal em que trabalhava.
Conhecera na casa dos Pereira Carvalho, ainda menina, aquela que seria sua esposa. Chamava se Amália Augusta de Carvalho. Filha de uma escrava liberta, também mulata, tivera, no entanto, educação aprimorada. Havia frequentado o Colégio de Santa Cândida e obtido diploma de professora primária. Foi pedida em casamento aos quinze anos de idade.
João Henriques casou-se em 1878. Foi morar no ameno bairro das Laranjeiras, onde se instalou um pequeno colégio para meninas, que seria dirigido por sua esposa.
Afonso foi o segundo filho do casal, após Amália ter perdido um filho que viveu apenas oito dias.
Batizado cinco meses depois, em outubro de 1881, teve por protetora N. Sr. Da Glória. Serviu de padrinho o senador Afonso Celso.
No ano de 1886, o casal esperava o quinto filho. Amália Augusta faleceu em dezembro de 1887, por tuberculose. Torna se órfão aos sete anos de idade Afonso, grande dor acompanhada por toda sua vida. João Henriques trabalhava á noite no Jornal Tribuna Liberal, em sua companhia levava Afonso, que ficava brincando na rua. As recordações dessa época serviriam de tema, mais tarde, para crônicas de jornal.
O menino era reservado e tímido, às vezes, rompia uma alegria ruidosa. Aos sete anos, acusado de furto, escreveu “tive vontade de me matar”.
A morte da mãe, o deixava entristecido, só lembrava-se dela já no caixão. Fez o curso primário na