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13362 palavras 54 páginas
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História e Educação: o Surdo, a Oralidade e o Uso de Sinais
Maria Cecília de Moura Ana Claudia B. Lodi Kathryn M. R Harrison

INTRODUÇÃO A educação do surdo só pode ser compreendida a partir de uma perspectiva mais ampla que abranja a sua história e que mostre quais as fundamentações teóricas, filosóficas, políticas e ideológicas que a embasaram desde o seu início. Nosso espaço aqui é pequeno para podermos nos aprofundar nestes aspectos, mas tentaremos, ainda que de uma forma resumida, abordar a história e as suas conseqüências na educação do surdo. Para tanto, lançaremos mão dos seguintes autores: PAUL C. HIGGINS, autor de OUTSIDERS IN A HEARING VI/ORLD (1990), CARLOS SKLlAR com seu trabalho LA HISTORIA DE LOS SOADOS: UNA CRONOLOGíA DE MALOS ENTENDIDOS Y DE MALAS INTENCIONES (1996) e HARLAN LANE em seu livro WHEN THE MIND HEARS. A HISTORY OF THE DEAF (1989). Num segundo momento estare¬mos discutindo alguns conceitos básicos que dizem respeito a este trabalho. Passaremos então a relatar o status atual da educação do surdo com Sinais e, finalmente, uma vez que o objetivo maior deste texto é mostrar como se dá o trabalho com surdos e qual é o papel da fonoaudiologia neste campo, explicitaremos a forma pela qual entendemos este papel.

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DO SURDO Antigüidade (4000a.C. - 476d.C.) Segundo HIGGINS (op. cit., 1990), os ouvintes na antigüidade greco-romana consideravam que os surdos não eram seres humanos competentes. Isto decorria do pressuposto de que o pensamento não podia se desenvolver sem a fala. Uma vez que a fala não se desenvolvia sem a audição, quem não ouvia, não falava e não pensava, não podendo receber ensinamento e, portanto, apren¬der. Este argumento era usado pelos gregos e romanos para aqueles que nasciam surdos, que inclusive em determinados momentos nesta época eram sacrificados (MOORES, 1978). Os que perdiam a audição após terem adquirido linguagem, por falarem, não entravam nesta categorização. Aristóteles considerava que

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