Leitura de A Pequena Sereia

Uma visão sobre Hans Christian Andersen
Em
A Pequena Sereia
Por TCV
(inspirado por uma outra pequena sereia)

“A Pequena Sereia” de Hans Christian Andersen
Introdução:
Hans Christian Andersen é um autor nascido no ano de 1805, em Odense, actualmente Dinamarca, no então chamado Reino Unido da Dinamarca e Noruega.
É mais conhecido por ter escrito Contos Infantis mas foi também um dedicado redactor em diversos estilos destacando-se pelos diários de viagem, menciono um em particular resultante da sua estadia de quatro meses em Portugal, Uma visita em Portugal em 1866, (Andersen, 1866) bem como poemas ou peças de teatro, entre tantos outros.
A Obra aqui em apreciação, (Andersen, A Pequena Sereia, 1837), consiste num conto infantil que relata as limitações de uma sereia, segundo a representação de sereia, universal, a homérica, que vive confinada ao fundo dos mares de forma incompleta por não ter alma.
É este confronto entre a representação da sereia homérica e a dotação, em 1837, quiçá atrevidamente desafiadora dos clássicos gregos, (Homero, Odisseia) de traços de personalidade humanos feita por Andersen à sua Pequena Sereia que pretendo, em tese, ”…se a tanto me ajudar o engenho e a arte.”, (Camões, Lusíadas, 1572), demonstrar.
Resumo da obra e desenvolvimento
A Pequena Sereia é uma história de amor pela abdicação, de cedência e de perca.
A Sereia Anderseniana prescinde do conforto da imortalidade para poder amar.
Abdica ainda da voz, factor de humanização homérico das sereias essencial à acção de encantamento desempenhada por estas na sua obra de Homero supramencionada, e do seu corpo para este passar a ter a forma humana e poder assim conquistar o seu amado sob pena de, falhando, ser condenada aos pior dos castigos, desaparecer sem deixar prova de sequer ter existido.
Andersen, talvez como Camões fez ao ordenar “Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram”