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12471 palavras 50 páginas
Os circuitos dos jovens urbanos*
José Guilherme Cantor Magnani

Introdução
Este artigo apresenta os resultados de um trabalho sobre os jovens e suas práticas culturais e de lazer, redes de sociabilidade e relações de troca (e também conflito) no contexto urbano de uma grande metrópole, no caso a cidade de São Paulo. As pesquisas que estão na base das reflexões aqui apresentadas foram realizadas no âmbito do Núcleo de Antropologia Urbana (NAU/USP)1, mas devem ser levados em conta também muitos dos trabalhos feitos na disciplina Pesquisa de Campo em Antropologia, ministrada por mim no curso de graduação de Ciências Sociais da FFLCH da
Universidade de São Paulo2. Nessa disciplina, os alunos são iniciados nas artes da etnografia, desde a escolha do objeto e a discussão do tema, passando pela elaboração do projeto e idas a campo, até a entrega do relatório final. Muitos projetos de pesquisa de pós-graduação (e carreiras acadêmicas) tiveram aí seu início e incentivo.
São justamente algumas dessas pesquisas de iniciação científica e de mestrado, desenvolvidas como continuação de trabalhos de graduação, as aqui mostradas para expor o tema e a forma como ele foi tratado no enfoque da antropologia urbana.
A primeira observação a fazer é exatamente sobre a questão mais geral que vincula este texto aos outros apresentados nesta revista, a juventude.

*Este artigo é constituído por dois capítulos (inicial e final) que escrevi para a coletânea organizada por mim e por Bruna Mantese sob o título Jovens na metrópole: uma análise antropológica dos circuitos de lazer, encontro e sociabilidade, no prelo, e pelo resumo de algumas das etnografias que compõem essa coletânea, para que o argumento do texto pudesse ser desenvolvido.
1.Elas integram meu projeto de pesquisa “Os caminhos da metrópole”, realizada com financiamento da bolsa
Produtividade em Pesquisa do CNPq.

Os circuitos dos jovens urbanos, pp. 173-205

2.E também pelo prof.
Vagner G. da Silva.

3. Ver, a propósito, Cardoso e

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