Latim Vulgar e a Formação das Línguas Românicas
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como intenção mostrar como e por que uma língua tão forte como o Latim, que foi o instrumento de comunicação de um dos povos mais afamados e guerreiros de nossa História, os Romanos, se tornou primeiro enfraquecida e depois fragmentada em todo o vasto império que os Romanos latinizaram. Certo é relembrar que esse latim não era uma língua unívoca e consistia-se em numerosas variedades, cada uma adequada à sua finalidade e que refletia a classe social de quem a usava. As duas variedades que mais se destacam e se estudam é o Sermo urbanus - língua usada pelas classes cultas que depois de estilizada e influenciada pelo grego se tornará perpétua nas obras do panteão de escritores que floreiam a vasta literatura latina, tais como Ovídio, Vergílio, Plauto, César entre outros, e que por nós é conhecida como Latim Clássico - e o sermo usualis - língua eminentemente falada pelas classes incultas e com raríssimos legados escritos ( Ver: Fontes do latim vulgar de Silveira Bueno) e que por não ter uma norma lingüistica fixa ou rija, tal como o grego e o latim clássico, passou a variar, primeiro tornando-se mais simples que a língua clássica e normatizada : No campo fonético reduziu de dez para no máximo sete vogais, dependendo da região romanizada. No da morfologia, reduziu o uso das cinco declinações a somente três e em muitos casos excluiu o uso do gênero neutro. Na Sintaxe, passa a usar as preposições o que resulta numa maior simplicidade na ordem das palavras dentro da oração. Se tornou, também, mais analítico que o latim clássico – passou-se a usar preposições, advérbios, pronomes e verbos auxiliares. Outro diferença que se verifica é que o latim usual era uma língua empregada, sobretudo, para representar as coisas que estavam em volta dessa camada social, em seu dia-dia, em seu negócio, ou seja, em sua mundivivência; por isto, essa língua será mais concreta em relação à língua culta