KIL CASTANH O

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No caso da barragem Castanhão os impactos gerados foram tratados como um sacrifício em prol de um bem maior para todo o estado do Ceará. Em sua primeira versão, o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental) não contemplava as análises aprofundadas da questão sismológica, conservação da vegetação ciliar, dinâmica do ecossistema estuarino à jusante da obra, alternativas de desenvolvimento da região e do assoreamento do reservatório. Com a pressão realizada por adeptos do movimento contra a construção da barragem, foram feitas modificações no projeto original, de modo que este passasse a apresentar medidas mitigadoras aos impactos causados e pudesse ser aprovado no COEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente.
Com a aprovação da Licença de Instalação da obra, a população se uniu com outro fito, o de lutar para tornar Nova Jaguaribara uma cidade que pudesse atender todos os seus anseios. Para tanto foi criado o Grupo Multiparticipativo do Castanhão, composto por representantes das diversas esferas do governo e da sociedade civil. Nas reuniões deste grupo os moradores podiam expressar todas as suas exigências e expor suas necessidades.
Entre taisimpactos, pode-se citar, além da inundação de mais de dois terços domunicípio de Jaguaribara: a erosão fluvial à jusante da barragem; aalteração no regime sedimentológico de transporte de material naplanície fluvial e ambiente marinho, o que impacta a atividade pesqueira; a qualidade da água à jusante do reservatório em funçãoda vazão definida para a barragem e dos usos d’água em vista dairrigação e depósitos finais de dejetos; e a salinização dos solos agricultáveis, devido ao rebaixamento do lençol freático, o quepermite a intrusão de águas e muitos outros (BORGES, 1999).
O maior impacto gerado pela construção da barragem consistiu na submersão da antiga cidade de Jaguaribara e do distrito de Poço Comprido. Era naquele lugar que muitos nasceram, batizaram-se, casaram-se, enterraram seus parentes,

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