kant e platao

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Platão (428/427 a.C. – 348/347 a.C.) e Kant (1724 – 1804) são dois filósofos que guardam entre si uma distância temporal considerável. Enquanto o grego vivera no período áureo de Atenas, o alemão de Königsberg passara pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa.
O que poderia haver de semelhante entre eles? Para Schopenhauer, que uniu (ao seu modo) as duas teorias para construir sua própria concepção filosófica em O mundo como vontade e como representação, o essencial das duas filosofias seria o mesmo. Vejamos o porquê.
A Ideia de Platão e a coisa-em-si de Kant, ainda que não sejam, na visão schopenhaueriana, idênticas, são, por outro lado, intimamente aparentadas. Constituem dois caminhos diferentes que conduzem a um mesmo fim. PLATÃO E AS IDÉIAS A essência do pensamento de Platão está no fato de que as coisas do mundo, que são todas percebidas por nossos sentidos, não tem um ser verdadeiro, na medida em que estão sempre num vir a ser, ou seja, estão em incessante transformação: elas nunca SÃO, isto é, nunca chegam a uma forma fixa e acabada ― coisa que é impossível, pois a ação do tempo faz com que pereçam, com que se transformem.
As coisas do mundo possuem, portanto, um ser relativo. Em última instância, pode-se dizer que elas não são, pois o que é, é alguma coisa ― mas, o que é esse “alguma coisa”, quando se admite que esta “coisa” está sempre se transformando (ou seja, deixando de ser ela para ser outra coisa, diferente do que era)?
Por exemplo: ontem, eu era uma criança. Hoje, sou um adulto. Amanhã, serei um velho. E, posteriormente, não mais existirei: serei enterrado e entregue aos vermes que comerão minha carne. Afinal, o que eu realmente, verdadeiramente, sou? Se não sou criança (pois já fui), se sou adulto apenas agora, neste instante, e se amanhã serei um velho, então não posso ser, realmente, nenhuma dessas coisas. Ainda sou alguma coisa, ainda posso almejar ser alguma coisa, quando a ideia de ser pressupõe as noções de unidade e constância?

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