kakaroto 123

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1. Entenda o caso: A língua portuguesa teve, desde os anos 40, dois sistemas ortográficos oficiais: o português (adotado também pelos países africanos e pelo Timor) e o brasileiro.
Essa duplicidade decorreu do fracasso do Acordo unificador assinado em 1945: Portugal adotou, mas o Brasil voltou ao seu Formulário ortográfico de 1943.
As diferenças não são substanciais e não impedem a compreensão dos textos escritos numa ou noutra ortografia. No entanto, considera-se que a dupla ortografia dificulta a difusão internacional da língua (por exemplo, os testes de proficiência em português – língua estrangeira têm de ser duplicados; e os documentos das organizações que têm o português como língua oficial têm de aparecer em duas versões, o que aumenta seus custos por exigir sempre duas equipes de redação), além de aumentar os custos editoriais, na medida em que o mesmo livro, para circular em todos os territórios da lusofonia, precisa normalmente ter duas impressões diferentes. O Dicionário Houaiss, por exemplo, foi editado em duas versões ortográficas para poder circular também em Portugal e nos outros países lusófonos. Podemos facilmente imaginar quanto custou essa “brincadeira”.
Essa situação motivou um novo esforço de unificação que se consolidou no Acordo Ortográfico assinado em Lisboa em 1990 por todos os países lusófonos. Na ocasião, estipulou-se a data de 1 de janeiro de 1994 para a entrada em vigor da ortografia unificada, depois de o Acordo ser ratificado pelos parlamentos de todos os países.
Contudo, por várias razões, o processo de ratificação não se deu conforme o esperado. De início, só Portugal o ratificou, seguido, mais tarde, pelo Brasil e por Cabo Verde. Assim, o Acordo não pôde entrar em vigor.
Diante dessa situação, os países lusófonos, numa reunião conjunta em 2004, concordaram que bastaria a manifestação ratificadora de três dos oito países para que o Acordo passasse a vigorar. Esta decisão exigiu nova rodada de ratificações. Brasil e Cabo

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