Jürgen Habermas e Luc Boltanski: agir comunicativo, regimes de justificação e religião

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Jürgen Habermas e Luc Boltanski: agir comunicativo, regimes de justificação e religião
GT 21 – Sociologia na religião
Alexandre Oviedo Gonçalves
Resumo:
A proposta deste trabalho é pensar o fenômeno religioso a partir de conjuntos conceituais provindos de
Jürgen Habermas e Luc Boltanski, autores que não têm este campo como principal foco de suas problemáticas. Tomando a religião como um tema que propõe desafios teórico-metodológicos às disciplinas humanas tradicionais, principalmente à antropologia e sociologia, procurar-se-á, partindo de um recorte parcial, fundamentar conceitualmente o referencial analítico-metodológico destes autoresno escopo de expandir novos horizontes de análise neste campo de pesquisa. Na esteira de Paula Montero
(2009), nossa intenção será pensar a religião recuperando os conceitos de legitimidade e agir comunicativo proposto por Habermas no intuito de enfrentar uma problemática de interesse antropológico: a comunicabilidade das diferenças e o modo de produzir consenso entre diferentes modos de ver o mundo. Junto a essa proposta, mobilizaremos a teoria dos regimes de justificação das ações proposto por Boltanski, procurando refletir o modo como sua teoria pode auxiliar nossa análise para além do registro cívico das discussões da esfera pública, tratado por Habermas. Por fim, apresentaremos um pequeno ensaio demonstrativo de aplicação da base analítico-metodológica proposta através que um estudo de caso que ora desenvolvemos. O ensaio se restringe a compreender, a partir da transformação e flexibilização estético-comportamental de um movimento protestante autodenominado Igreja Emergente, formas discursivas que articulam as categorias religião, juventude e pós-modernidade. Nossa hipótese é de que, ao articular estas categorias, o discurso produzido por determinados agentes religiosos extrapola as particularidades de grupos indenitários, generalizando seu campo de alcance discursivo a uma