Justiça para todos
Após muitas negociações e demonstrações de que o judiciário americano é capaz de deixar qualquer um louco, o filme culmina numa sensacional cena de julgamento. Ao gosto subversivo do seu tempo, vemos o juiz caxias e arrogante no banco dos réus. Vemos um juiz de tendências suicidas comandando o espetáculo. E vemos Al Pacino, descabelado e desalinhado, com a pinta de maluco que lhe é peculiar, tomando o centro do palco e dando seu show.
O resultado é de lavar a alma.
O filme foi indicado a dois Oscars, melhor roteiro e melhor ator. Foi a quinta indicação de Al Pacino à estatueta durante aquela década, e a quinta esnobada da Academia. Quatro anos depois, ele ainda entregaria seu melhor trabalho, o antológico Tonny Montana de Scarface, para então rarear suas aparições no cinema por alguns anos – e voltar para finalmente buscar seu Oscar por Perfume de Mulher, já na década de 90.
É um tanto difícil encontrar … E Justiça para Todos em DVD, mas é possível. Pelo menos o filme foi lançado. Serpico não teve a mesma sorte. Para vê-lo, só pescando nas madrugadas da TV a cabo.
… E Justiça Para Todos é daqueles filmes que nos restituem um pouco da pureza de intenções original, que nos lembram de como pensávamos em enfrentar o mundo e transformá-lo. E convida a mudar um pouquinho, ao dar um gostinho da satisfação de enfrentar e derrubar “o sistema”.
Ou pelo menos