Jornalista

Quanto mais circo, menos pão

Não é de hoje que os políticos brasileiros vêm alimentando aquela velha ideia de entreter a população com espetáculos, enquanto os problemas reais da nação são tratados com posterioridade.
Um excelente exemplo para isso é a Copa do mundo FIFA 2014 que será sediada no Brasil, para um evento de aproximadamente 30 dias, o governo brasileiro está disposto a gastar a bagatela de R$ 25 bilhões, dinheiro que daria para turbinar áreas como saúde, habitação, educação e ainda movimentar a economia. Como se o gasto exorbitante não fosse o suficiente para nossa desmotivação, quatro dos 12 estádios feitos para o evento correm o grande risco de virarem “elefantes brancos” – expressão popular para designar arenas esportivas quase sempre vazias.
Isso ocorre porque nosso país tem uma grande tradição governamental de entreter seu público a fim de mascarar problemas e corrupção. É bem mais fácil de lidar com um eleitorado alienado, que não possui informações nem opinião do que com uma população bem esclarecida. Não é a toa que temos políticos como Cid Gomes, atual governador do Ceará, que para a inauguração de um hospital em Sobral contratou a cantora Ivete Sangalo por R$ 650 mil, dinheiro que daria para ajudar milhares de cearenses que sofreram durante a maior seca das ultimas décadas.
Pode parecer controverso, mas os principais culpados disso somos nós, povo brasileiro, que muitas vezes colocamos esses políticos corruptos no poder, seja por um favor, um emprego arranjado, ou até mesmo uma dentadura. É difícil mudar quando se tem a política dos favores como algo cultural, ora, aprendemos com os nossos pais e avós, que sempre temos que ganhar algo, é o nosso “jeitinho brasileiro”, jeitinho esse que está acabando com a nossa nação. Chega de encarnarmos no típico estereótipo de malandro carioca, que sempre se dá bem em cima de alguém, e vamos começar a nos espelhar em nações como Finlândia e Coreia do Sul que acima de tudo valorizam a educação,