Jornalismo

Jornalistas especializados ou generalistas?
A questão colocada torna-se pertinente no estudo do jornalismo. Se, no passado, a maioria dos jornais eram generalistas, despertinos ou vespertinos, na actualidade, e com o desenvolvimento do mercado do consumo, foram fundadas as publicações especializadas. Por outras palavras, o jornalismo passou a ser composto por uma oferta dividida por dois tipos de abordagens: uma caracterizada por vários temas de interesse público; e outra formada por assuntos mais específicos que, de certa forma, misturam o interesse público e o interesse do público.
Assim, será que se pode concluir que o jornalismo especializado concorre directamente com o jornalismo generalista? Na minha opinião, se o contexto económico fosse aquele que se vivia há cerca de dez anos atrás, a resposta seria negativa. No entanto, e com a crise actual, as próprias publicações especializadas têm, de certa forma, de se tornar generalistas. Como? Para além de tratarem das temáticas que as caracterizam, procurarem trabalhar em assuntos que dizem respeito ao interesse dos seus leitores, com significado e impacto no seu quotidiano. É por isso motivo que, nos últimos anos, títulos como o “Jornal de Negócios”, “Diário Económico”, entre tantos outros, passaram a ter em conta os temas da sociedade, media e até desporto. Se, no passado, os leitores compravam vários jornais, de acordo com as suas preferências, hoje não é isso que se passa. A crise obrigou e obriga muitos deles a adquirirem um único título, o que leva a que as publicações especializadas alarguem os temas abordados. Desta forma, como diferenciar um jornalismo especializado de um jornalismo generalista, sabendo que o primeiro acaba por recorrer ao segundo? Esta questão vai ao encontro do tema deste trabalho, se tivermos por base a forma como o próprio trabalho do jornalista se deve desenvolver. Afinal, qual o papel a adoptar por este? Será que o jornalista deve optar por uma área temática do jornalismo