Jorge amado

Dona Flor e seus dois maridos (ou quase isso...)

Introdução:
A última vez que Dona Flor sentiu amor, mas eu digo amor de verdade foi quando Vandinho, seu falecido marido ainda era seu príncipe encantado. Em uma manhã de carnaval, em pleno domingo enquanto fantasiado de baiana sambava em um bloco de carnaval. Dona Flor e Vandinho se conheceram, como todo casal de respeito daquela época, na igreja, foi amor a primeira a vista, bastou uma troca de sorrisos e um único olhar para que se apaixonassem e logo em seguida se casassem. Certo dia, ainda de luto, Dona Flor arrumava sua casa despreocupada, já havia rezado por seu amor e agora estava na hora de continuar cumprindo os seus deveres de boa moça e dona de casa. Enquanto varria o tapete escutou três leves batidas na porta, achando que deveria ser uma de suas amigas foi abrir. Ao girar a maçanete um choque tomou seus olhos, levou um enorme susto ao perceber de quem se tratava.

Ato I, Da descoberta ao sofrimento

Dona Flor: Você!?! - Perguntou indignada. - O que faz a aqui.
A mulher que até então se encontrava parada no vão da porta, sem vergonha alguma na cara entrou, sentou-se no sofá e um enorme sorriso debochado surgiu em seu rosto.
Amante: Vim lhe contar um segredo. - Disse sarcasticamente.
Dona Flor: Vindo de você, boa coisa não pode ser. - Respondeu a altura.
A jovem moça, que deveria ter a idade de Flor, levantou-se e começou a andar em voltas, viu uma foto de Vandinho que estava em cima de uma espécie de altar e se atreveu a rir.
Amante: Como se ele fosse santo.
Dona Flor: Não fale assim do meu marido. - Defendeu a memória de seu amado. - Meu marido era um santo... pobrezinho, teve uma morte tão horrível. - Abaixou o olhar triste.
Amante: Tão santo que tinha uma amante. - Disse maquiavélica.
Como as más bocas já diziam e ela se recusava a acreditar, talvez fosse realmente verdade.
Dona Flor: Como pode ser tão mentirosa. - Recusava-se a acreditar.
Amante: Eu sei que isso é verdade. - Tornou a