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5090 palavras 21 páginas
Revista Caminhando, vol. 8, n. 1 [11], 2003.

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Cristianismo e Literatura
LEWIS; C. S. Christian Reflections, Grand Rapids
(MI): Eerdmans, 19671

Tradução: Gabriele Greggersen2

Quando me foi solicitado ministrar uma palestra a esta sociedade, fiquei tentado, a princípio a recusar, uma vez que o assunto que me foi proposto, cristianismo e literatura, não me parecia admitir qualquer discussão. É claro que eu sabia que a história e sentimento do cristianismo eram assuntos sobre os quais era perfeitamente possível escrever literatura, e, paradoxalmente, que a literatura era um dos meios pelos quais é possível expressar o sentimento cristão e contar a história do cristianismo; mas, ao que me parecia não haver mais nada a ser dito sobre o cristianismo, neste contexto, além das mil e uma coisas que já foram ditas nos livros já escritos pela humanidade. A expressão “arte cristã” com a qual as pessoas normalmente se referem às cenas hagiológicas da Bíblia sem dúvida nos é familiar e neste sentido, temos certamente um considerável volume de
“literatura cristã” disponível. Mas eu questiono se existem qualidades literárias peculiares a ela. As regras para se escrever
1 Clive Staples Lewis nasceu na Irlanda (1898-1963), formou-se em Oxford e trabalhou como professor de Literatura Inglesa no Magdalen College de 1925 a 1954. Em 1954 tornou-se Catedrático de Literatura Medieval e Renascentista em Cambridge. Considerado um dos gigantes intelectuais do século 20.
2 Docente do programa de mestrado do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew
Jumper, Universidade Presbiteriana Mackenzie – São Paulo e editora acadêmica da revista teológica Fides Reformata.

114 uma boa peça sobre a paixão ou um bom texto lírico devocional são simplesmente as mesmas que para se escrever uma tragédia ou texto lírico em geral: o sucesso na literatura sagrada depende das mesmas qualidades de estrutura, suspense, variedade, dicção e coisas desse tipo; que garantem o

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