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2024 palavras 9 páginas
Arte como mercadoria: como “enfeitiçar” o público

A capacidade que a mercadoria possui de encobrir, de mistificar o que existe por trás dela (luta de classes, trabalho social, mais-valia, etc.) é o que Marx chamou de “fetichismo da mercadoria”. Como disse: “uma relação social definida, estabelecida entre os homens, assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas”. Com o surgimento do capitalismo, homens e mulheres foram paulatinamente afastados dos meios de produção, assim como do produto por eles criado. O confinamento dos operários nas fábricas tira destes não apenas a posse dos produtos, mas ele próprio deixa de ser o centro de si mesmo. O trabalhador tem um “contrato livre” de trabalho, mas não é ele quem escolhe o seu salário, ou a extensão da jornada, nem mesmo o seu ritmo. Tudo isso passa a ser comandado de fora por forças estranhas a ele. As mercadorias convertem-se em realidades soberanas e tirânicas, assumem formas abstratas e superiores aos humanos. É essa “humanização” da mercadoria que leva, no contraponto, a “desumanização” do homem. Não por acaso a força de trabalho humana é transformada em mercadoria, vez que passa a ter um preço no mercado. A alienação e o fetiche, portanto, não são meramente teóricos, mas se manifestam na vida real das pessoas. Mesmo que essas continuem a produzir valores e criar identidades e cultura, há uma interseção das relações sociais tendo como base o mecanismo produtor da forma mercadoria, na tentativa de “ganhar a sua alma” e embotar a sua consciência.

Arte e Capitalismo: o exemplo do cinema
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No mundo capitalista atual assistimos à crescente transformação da arte num verdadeiro acervo de mercadorias. Grande parte do que é produzido em termos culturais e artísticos é massificado, padronizado e colocado para consumo popular. O “espírito de mercadoria” permeia a produção artística. O cinema, apenas para lidar com um exemplo mais concreto, não constitui exceção. Ao

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