JERUSALÉM DO PAU MULATO, MINHA CASA, MINHA VIDA.
Do outro lado do rio, a manhã ainda úmida e acinzentada começa a descortinar a beleza verdejante de uma paisagem invejável e de lá chega um vento frio e gostoso que tornam as manhãs agradabilíssimas, proporcionando um clima gostoso o que deixa a gente manhoso com vontade de permanecer deitado um pouco mais. Logo cedo, começa o vai e vem das pessoas pela ponte construída em madeira e já bastante desgastada pelo tempo. Primeiro surgem os trabalhadores, que sempre trajando calças jeans e camisas de mangas compridas e velhas, vão em direção ao rio com seus apetrechos: Espingarda, caniços, terçados, remos. Logo em seguida é a vez da meninada, que caminhando sempre em fila indiana, rumam à escola e lá vão se aglomerando numa festa, barulhenta de conversa e algumas travessuras de menino quebrando um pouco o aspecto tímido das manhãs silenciosas.
As casas alinhadas e um pouco distante da margem do rio formam um vilarejo pequeno, que caracteriza bem o estilo ribeirinho, ela são todas construídas em madeira e a maioria não é pintada, mas na frente é comum encontrar um lugar, chamado pátio que serve para as pessoas se reunirem e conversarem a tardinha e ao anoitecer.
As tardes, em Jerusalém do Pau-Mulato, são muito agradáveis e sempre ventilas, enquanto o sol despeja os últimos raios sobre a outra margem como um sinal de um até amanhã as águas plácidas do rio correm tranquilamente rumo ao grande rio Amazonas que se encontra próximo, uns dez minutos da vila.
Sua gente é hospitaleira e de costumes bem similares aos de outras comunidades ribeirinhas, sempre tem uma historia pra contar, sob o domínio de uma língua portuguesa muito rica,