Jane Jacobs

Universidade de Coimbra . FCTUC . Arquitetura
Antropologia do Espaço
António Manuel Magalhães Costa do Vale

Jane Jacobs : “A Morte e Vida das Grandes Cidades”

Jane Jacobs, foi uma escritora e crítica que, apesar de não constituir nenhuma formação ligada à disciplina da arquitetura e do Urbanismo, demonstrou particular interesse na área do urbanismo, sendo autodidata neste campo de investigação.
Desenvolveu uma reflexão critica inspirada na visão modernista dos urbanistas da época como Le Corbusier, Burnham, Howard.
Deste modo, em 1961 publicou o livro “A Morte e Vida das Grandes Cidades”, onde expôs as suas reflexões sobre o que sentia ser espaço urbano e sobre os supostos espaços urbanos modernos que se intitulavam de “cidades ideais” que, na óptica dela, eram tudo menos urbanos pois não havia vida social, não se sentia a azáfama das cidades e não havia trocas de olhares nem cruzamentos de pessoas nas esquinas. Esta sua interpretação das cidades e do espaço público, foi realmente algo inspirador para o novo modo de olhar as cidades e tentar compreendê-las.
A sua crítica recaiu essencialmente sobre o urbanismo moderno, que calculava o desenho e crescimento da cidade como uma fórmula perfeita, à qual esta tinha de se reger para que a vida das pessoas pudesse alcançar igualmente esse reflexo. Surgiram ideias como a “cidade-Jardim”, experimentada por Le Corbusier, o qual desenhou a Villa
Radieuse, que defende a setorização da cidade por funções, em que as vias de circulação rodoviária ganham uma importância acrescida de modo a facilitar os acessos e há uma grande área verde envolvente aos edifícios, que se destaca pelo espaço livre. Howvard também se baseia na intenção de criar uma “cidade-jardim”, mas com premissas diferentes da de Corbusier, que a desenhava para milhares e milhares de habitantes; Howvard projeta cidades para uma capacidade máxima de trinta mil habitantes, que se desenvolvem em anéis, correspondendo a cada anel uma função distinta. Por isso