Iunoso's

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A crise de 2008 e a intervenção do Estado na economia
Muitos analistas retrocedem até os grandes pensadores liberais do início da ordem burguesa, como John Locke e Adam Smith, para achar as origens do neoliberalismo. Não iremos tão longe para afirmar que a ideologia neoliberal tem uma longa trajetória. O historiador britânico Perry Anderson indica a publicação do livro O caminho de servidão, de Friedrich von Hayek, em 1944, como o evento inicial da ideologia neoliberal. Três anos mais tarde, também por iniciativa do conceituado economista austríaco, forma-se a Sociedade de Mont Pelèrin, que tinha como o seu principal objetivo a defesa dos princípios do liberalismo, tais como a propriedade privada enquanto um direito natural e inviolável dos cidadãos e a não-intervenção do Estado na livre iniciativa dos empreendedores.
A fundação da Sociedade de Mont Pelèrin pode ser considerada como um marco fundacional do projeto neoliberal. Promovendo encontros regulares de debates e discussões, a Sociedade congregou alguns dos maiores nomes do liberalismo do século XX, como Ludwig VonMises, Milton Friedman e Karl Popper, além de diversos economistas laureados com o prêmio Nobel. Apesar do peso intelectual e político dos seus fundadores, a influência da Sociedade não se fez sentir logo de imediato. Durante anos, os intelectuais liberais forjaram teorias e propostas de ações práticas que fossem um contraponto ao intervencionismo do Estado do bem-estar social e do socialismo na economia, em particular, e na vida dos homens comuns, em geral. Estas primeiras formulações liberais do pós-guerra seriam, no futuro, a base teórica do projeto neoliberal.
As crises econômicas e políticas da década de 1970 nos principais países capitalista abriram uma janela histórica para a ascensão do neoliberalismo. O diagnóstico liberal da crise era o excesso de intervencionismo do Estado na economia, que se traduzia em altas taxas de desemprego e inflação e baixas taxas de lucro. O remédio era a

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