islamismo
O "Islão político" é o termo dúbio que serve para designar o fundamentalismo nestes dois ramos do Islão. Embora muitos muçulmanos sunitas e xiitas do Médio Oriente não tenham a sensação de estar a participar nos conflitos religiosos atuais, as diversas interpretações políticas do Islão transformaram a região em teatro de guerra. Estas interpretações têm estruturas ideológicas muito semelhantes e raízes históricas comuns.
O Islão fundamentalista que conhecemos é um fenómeno recente, surgido há cem anos. Este movimento era uma reacção à fragilidade e à fraqueza dos países islâmicos, em comparação com os respectivos passados gloriosos. Nesse sentido, os fundamentalistas não são originários dos meios conservadores, antes dos movimentos reformistas que tentavam criar um "despertar islâmico". O objectivo do fundamentalismo é um regresso ao texto sagrado, com vista à aplicação escrupulosa dos dogmas nele contidos, sem os interpretar. Para os fundamentalistas, o retorno à leitura original e a recusa de qualquer interpretação posterior é a solução para todos os problemas atuais. Os fundamentalistas lamentam a "idade de ouro" perdida, ainda que o significado da mesma não seja igual para sunitas e xiitas. Para os sunitas, o objectivo é regressar à época gloriosa do califado. Por seu turno, os xiitas esperam a aparição de um sistema dirigido pelos imãs. Seja como for, os dois grupos afirmam que o futuro ideal deve assemelhar-se ao passado ilustre.
É por isso que estão de acordo quanto aos critérios essenciais seguintes:
1 O retorno às raízes sob a forma de oposição à modernidade: para os fundamentalistas, a falta de desenvolvimento das sociedades deve-se ao totalitarismo interno e ao colonialismo externo, dois fenómenos com