Ishann
Iniciar um comentário sobre o filme “Somos Todos Diferentes”, logo me vem à mente de quantos Ishaan Awashi existem dentro das instituições de ensino? E quantos Ram Shankar Nikumbh existem? E quantos outros professores despreparados e desatentos aos “gritos de socorro” de Ishaan Awashi existem? Em qual destes papeis de professores EU ESTOU? E MINHA ESCOLA? Afinal, sou um agente de mudanças e o que estou mudando? Será que estou mudando? Que tipos de mudanças?
São muitas as indagações depois de assistir a um filme deste tipo. Mas para responder ou refletir sobre tais indagações, começo a fazer observações sobre o aluno Ishaan Awashi que demonstrava grande desinteresse pela escola, pois ele tinha uma inteligência e criatividade que não se encaixavam numa “sistematização escolar”. Ou seja, a escola indiretamente o excluía. Sua inteligência e criatividade não serviam para nada naquele ambiente educacional.
Suas “atitudes escolares”, na visão de seus professores, eram de um menino mal-educado, preguiçoso e muito irresponsável. A escola como sistematizadora do saber, não pode excluir alunos que apresentam tais características e tantas outras que diversos alunos apresentam. A escola tem que buscar ações que desenvolvam as capacidades e habilidades de cada aluno, para que o educando consiga se encaixar nos moldes sistemáticos da escola. O termo “moldes” aqui não é no sentido de modelar o aluno para se encaixar perfeitamente ao sistema escolar, mas de criar condições para que este aluno, mesmo com seu diferencial, tenha condições de desenvolver-se com êxito nessa sistematização escolar, mesmo que seja da sua maneira (aluno), mas com atenções especiais para esse desenvolvimento. Esse é o papel da Escola Inclusiva, da Escola para Todos.
O olhar da família também é muito importante para o desenvolvimento das potencialidades do aluno e a família de Ishaan, não o via como uma criança com necessidades pedagógicas especiais. Pelo contrário, sempre o comparavam