irregularidade no uso de agrotóxico

O CIVITOX/MS registrou 1.355 casos de intoxicações provocadas pelo manuseio e pelo uso de agrotóxicos utilizados na agricultura, sendo que 501 dessas notificações foram provenientes da ingestão voluntaria desses produtos (tentativas de suicídio), com 139 óbitos. Campo Grande e Dourados apresentaram os maiores números de notificação e de prevalência de tentativa de suicídios (por 100 mil habitantes, considerados da área rural), sendo Dourados, em especial, apresentou também a maior prevalência de óbitos. Apesar do alto número de tentativas de suicídio encontrado em Campo Grande no período (135 notificações), esta região é a sétima região agrícola do Estado, apresentando baixa produção de algodão e demanda de aplicação de agrotóxicos. Enquanto no Brasil a média de óbitos por 100 mil habitantes provocados pela diferentes formas de suicídio, listadas no CID-10, foi de 3,9+/- 1,5 no período de 1977ª 1997, Mato Grosso do Sul apresentou um média de 6,5 +/-0,9 óbitos no de 1992 a 2002 (secretaria do Estado de Saúde/Ministério da saúde dados não publicados). As microrregiões de Dourados, Cassilândia, Iguatemi e Paranaíba apresentaram prevalência média de suicídios no período de 1992 a 2002 maiores que a prevalência média do Estado do Mato Grosso do Sul. O uso excessivo destas substâncias químicas está relacionado com o modelo agrícola brasileiro, que se sustenta no latifúndio, na monocultura, na produção altamente mecanizada para a produção em larga escala. Para sustentar essa lógica, empresas e produtores precisam usar sem qualquer controle os agrotóxicos. Mas para onde vai este veneno? Grande parte dele vai parar nos alimentos à venda nos supermercados, nas feiras. Ou seja, vai parar na mesa da população e, depois, no estômago. Um estudo realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) detectou no pimentão mais comum, vendido nos supermercados, substâncias tóxicas no patamar de 64% além da quantidade permitida. Na cenoura e na alface, foram