Iracema

Iracema

Narrador: Durante a caçada, Martim se perdeu dos companheiros pitiguaras e se pôs a caminhar sem rumo durante três dias. No interior das matas da tribo dos tabajaras estava Iracema.
-Iracema era a virgem dos lábios de mel, tinha cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.
(Iracema olha Martim surpresa e amedrontada e o fere com uma flecha que passa raspando em seu rosto).
Martim: Quebras comigo a flecha da paz?
(Iracema quebra a flecha)
Iracema: Quem te ensinou guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? De onde vieste a estas matas, que nunca vi guerreiro como tu?
Martim: Venho de bem longe, filha da floresta. Venho das terras que teus irmãos já possuíram e hoje estão com os meus.
Iracema: Bem vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras.
Narrador: Iracema leva o estrangeiro a cabana de seu pai Araquém, o grande pajé da nação Tabajara.
(O Pajé estava sentado em frente a cabana tranquilo fumando um cachimbo, quando eles chegaram- Iracema apontou para o estrangeiro e disse:)
Iracema: Ele veio pai.
Pajé (Araquém): Veio bem. È tupã que traz hóspede à cabana de Araquém.
(Pajé passa o cachimbo para Martim).
Pajé: Bem vindo seja à cabana de Araquém, aqui terás a disposição de 1000 guerreiros e 1000 virgens para te servir.
Martim: E a Iracema?
Pajé: Iracema guarda o segredo de jurema, se for tua morrera.
Martim: Pajé, eu te agradeço a acolhida que me destes. Logo que o sol nascer, deixarei tua cabana e seus campos.
Pajé: Sinta-se em casa.
Narrador: O pajé saiu da cabana, porém o estrangeiro não ficou só. Iracema voltara com as mulheres chamadas para servir o hóspede de Araquém e os guerreiros vindos para obedecer-lhe.
Iracema: Guerreiro branco, o prazer embale tua rede durante a noite e o sol traga a luz a teus olhos, alegria à tua alma.
Martim: Tu me deixas?
Iracema: As mais belas mulheres da grande taba contigo ficam.
- Iracema não pode ser tua serva. È ela que guarda o segredo da jurema e o mistério do sonho. Sua