Invasão neerlandesa a pernambuco

1. A preparação para a posse neerlandesa do século XVII

Para dissertarmos a respeito da invasão pelos neerlandeses à região da capitania de Pernambuco, território colonial português, precisaremos voltar alguns anos antes, mais especificamente ao ano de 1621. Este foi ano de criação da West-Indische Compagnie ou WIC (Companhia das Indias Ocidentais), instituição que organizou, financiou e expandiu os domínios da Holanda a outros territórios. Essa criação se deu um ano antes do fim do armistício entre os Países Baixos e a Espanha e serviu tanto como um aparelho para acumulação de capitais assim como uma ferramenta política. Sua esfera privilegiada pelo monopólio seria a África, do Trópico de Câncer ao Cabo da Boa Esperança; no Ocidente desde a Terra-Nova, no Atlântico, até o estreito de Anian no Pacifico. Com as novas atitudes belicosas entre ambos os lados os Estados Gerais neerlandeses viram nas possessões portuguesas da América o “calcanhar de Aquiles” da Espanha. É claro, não devemos deixar de mencionar que desde 1580 Portugal esta sob a tutela política do Rei da Espanha fazendo assim parte do seu reino. Então, todo e qualquer ataque aos domínios portugueses seriam também um ataque ao rei da Espanha e parte integrante na luta pela independência da República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos. A primeira empreitada de porte da WIC foi no ano de 1624. A preparação era para um ataque à Bahia. Vinte e três navios, três iates de quinhentas bocas de fogo, tripulados por cerca de três mil e seiscentos e cinqüenta marinheiros chegaram em 08 de maio daquele ano à Bahia de Todos-os-Santos. Era governador-geral desta província o Sr. Diogo de Mendonça Furtado. No dia 09 houve o desembarque das tropas. No dia 10 daquele mês Salvador cai nas mãos da Companhia. Na fuga recorreu-se ao incêndio para evitar que produtos como os carregamentos de açúcar, pau-brasil, fumo e peles caíssem nas mãos dos invasores. Diogo de Mendonça é capturado pelas