Introdução Sociologia

1- Introdução

Vários autores têm ressaltado incansavelmente o fato de o nascimento da sociologia coincidir com os eventos históricos do fim do século XVIII que dariam lugar à estrutura histórica contemporânea. Porém, antes mesmo disso, transformações já vinham ocorrendo no pensamento do homem sobre o homem; seja interagindo consigo, seja ele um agente no espaço ou no tempo.
Tomemos o tempo como exemplo: é sabido que as mudanças sociais e de valores que ocorreram com o fim do medievo iniciaram uma ciência histórica até então nunca concebida; a efetiva percepção da mudança possibilitou a análise crítica destas que se diferenciava de toda a história feita antes, isto é, aquela que, feita já por Heródoto e historiadores latinos antigos, se atinha somente a conjunturas e fatos tratados estaticamente. Esse novo pensamento surgia já na renascença; época em que começava a ascensão da burguesia e a afirmação suprema de uma ciência racional e objetiva.
Assim como a nossa história atual surge com o fim da Idade Média, pode-se dizer que a sociologia aparece com a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Entre as duas percebemos um deslocamento de locus; da série temporal para o espaço, do acaso para o regular, do vivido para o concebido, e, também, do evento para a estrutura. É o estudo da sociedade. Agora, o que é esse estudo, qual o seu campo e seus métodos é uma questão um pouco mais profunda e, na medida em que tratamos de uma ciência, incerta e questionável. O que é certo, todavia, é que as correntes modernas apontam três influências principais para o estudo social: Marx, Durkheim e Max Weber. As obras desses autores foram de grande importância para o desenvolvimento e consolidação da sociologia, lançando as bases para a área de conhecimento que surgia.
Apesar da unanimidade no sentido da importância histórica dos três, ortodoxamente os especialistas consideram as obras de Marx de certa forma opostas às de Durkheim e Weber. Ora por seu contexto, ora por seu