INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO SOBRE O SOCIAL
1. As origens do pensamento sobre o social.
É evidente que desde a antiguidade o ser humano, por viver nas mais diversas formas de vida coletiva, sempre teve suas preocupações específicas com os diferentes tipos de problemas que podemos denominá-los de sociais.
Mas, o pensamento que o homem produzia sobre os fenômenos sociais era de base científica? A resposta é não, pois a abordagem científica em relação à realidade social surgiu por volta de duzentos anos atrás.
Vamos percorrer um pouco este caminho do pensamento sobre o social, para que possamos melhorar o nosso conhecimento sobre a própria forma da humanidade raciocinar sobre o que ela mesma cria. Esta é uma das finalidades deste capítulo. Para tanto, temos que penetrar em determinadas fases do conhecimento filosófico e religioso, para daí chegarmos às bases do pensamento científico sobre o social.
Para podermos compreender como o homem passou a abordar cientificamente os seus mais diversos problemas sociais, temos que, num primeiro momento, levantar alguns breves comentários sobre as origens do pensamento sobre o social, em geral.
Desde quando nos preocupamos com as questões sociais? Provavelmente desde que começamos a pensar as coisas que ocorrem à nossa volta. Isso quer dizer que há muito tempo, quando o ser humano passou a refletir sobre sua existência, ou melhor, quando começamos a nos distinguir dos demais animais.
Não é exagero dizer que muito dos mitos antigos diziam respeito às questões da vida coletiva. Talvez tenham sido estes, os mitos, as primeiras formulações de pensamento sobre o social. Mitos são formas de conhecimento que guardam uma relação com a verdade de maneira diferente daquela que estamos acostumados através do pensamento objetivo. O conhecimento mitológico se caracteriza pela forma simbólica e metafórica com que exprime a realidade, tornando-se uma específica maneira de representação simbólica do real.
Hoje, sabemos que sem a