Interpretações em RPG

x.Cherbourg, França. 21 horas.x× Stephen estacionava seu Porsche no porto. Os óculos escuros escondiam o cenho franzido do médico. Estava de péssimo humor. Primeiramente, ele não queria fazer aquela viagem. Mas a direção do hospital e a decisão judicial julgavam-no demasiado estressado e o obrigavam a sair de férias. Ora, qual o problema que no fato dele ter feito cinco estagiários chorarem? E que audácia da parte deles em mover uma ação contra o hospital! Medicina não era uma profissão leviana e deveria ser levada a sério. E ainda por cima, uma cirurgia de última hora havia-lhe atrasado a viagem, obrigando-lhe a se deslocar para maldita França a fim de pegar o navio. Aquele país clichê, o incomodava e nem a excelente culinária local era suficiente pra atenuar seu humor.
Ele deixara o carro no estacionamento do Porto. Colocou tudo na conta do hospital. Não que o médico fosse sovina ou não pudesse pagar com seus próprios recursos, em absoluto. Mas queria punir a clínica por aquelas férias forçada. Tinha plena ciência que aquela cirurgia que realizara as vésperas da viagem seria mais que suficiente para custear toda viagem e isso o irritava ainda mais. Portanto, iria usar do mais caro e nem hesitaria em esbanjar. Deu uma nota de 50 euros para um dos marinheiros que transitavam pelo local para que levassem suas bagagens recém compradas. Sim, todas as roupas e utensílios que trazia consigo tinham sido recém comprados, novamente, cortesia do local em que trabalhava.
Contendo impulsos de mandar essa viagem e a decisão judicial às favas e voltar ao seu serviço, Stephen dirigiu-se para rampa de embarque, o som dos seus sapatos de couro denunciava seu pisar firme, ranzinza. Trajava um terno totalmente preto, também recém adquirido. Retirou os óculos de sol do rosto e contemplou o lugar. Era bonito, condizente com seu refinado e sofisticado gosto, claro, mas nem toda aquela ostentação conseguiu aplacar o humor de Strange. Procurou o Capitão e o cumprimentou